07 fevereiro 2010

O bailarino e seu corpo: uma reflexão


Paulo Cézar da Silva *

“A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que ele se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação.” ( Livro dos Espíritos – Allan Kardec)

Sendo o corpo instrumento de trabalho do bailarino, cabe a ele trabalhar o seu desenvolvimento, para que ele possa ser um instrumento cheio de recursos, amplo de aptidões para a expressão do espírito que o abriga.

O corpo sendo ferramenta de trabalho do artista além de aprimorado, deve ser mantido em saúde, para que o mesmo possa se apresentar devidamente preparado para o momento em que for ser utilizado.

Isso requer boa alimentação, evitando alimentos que possam prejudicar a saúde, assim como vícios que influenciam em sua qualidade de vida.

Como toda ferramenta, que tem seu tempo de uso; a maior certeza que se tem quando se reencarna, é de que em um determinado período se retornará a verdadeira vida, quando se abandonará o corpo material emprestado pelo Criador, ao nosso processo evolutivo.

Cabe a nós então, durante a encarnação não apenas cuidar do nosso corpo, mas também fazer dele um bom uso, não apenas em nosso benefício mas também em benefício do próximo, pois de tudo que nos foi dado nos será cobrado, não no sentindo de pedir em troca, mas sim do questionamento de como utilizamos este corpo que nos emprestado.

Para o artista o desenvolvimento de uma técnica é essencial para ampliar as qualidades expressivas de seu instrumento de trabalho, assim como para o cantor sua voz, e o pianista a habilidade das mãos, para o bailarino seu corpo por inteiro deve ser aperfeiçoado, não apenas no aspecto técnico mas também artístico, que incluem expressão e interpretação, aspectos fundamentais na dança, mas que na maioria das vezes é esquecida.

Não podemos deixar de mencionar, que o que modela o nosso instrumento é a vontade do espírito, seu desejo, então, um corpo em que habita um espírito dedicado e persistente, resultará em um bailarino quem irá lapidar seu instrumento a cada exercícios técnico e expressivo.

Recordando que a habilidade técnica expressiva aumenta a qualidade da apresentação artística, mas não é o objetivo principal e único do bailarino espírita.

O bailarino espírita está ciente de que o objetivo do espírito é a evolução, o desenvolvimento do amor e da sabedoria, através do qual tem que dedicar-se plenamente.

A arte vem colaborar como meio de aperfeiçoamento do mesmo, de sensibilização do espírito, aproximando o homem de Deus, do próximo e de si mesmo.

* Paulo Cézar da Silva é ex-integrante do Grupo Espírita de Dança Evolução, onde participou por sete anos. Tornou-se espírita a partir do primeiro contato que teve com a Doutrina através da dança, no referido grupo. Atualmente cursa o último período de graduação em Dança pela Universidade Federal de Viçosa.

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