31 maio 2009

A SENSIBILIZAÇÃO DOS SENTIDOS

“O gesto em si nada significa, seu valor reside no sentimento que o inspira, e a dança jamais terá validade, se não tiver calcada em movimentos e emoções humanas”.
(FAHLBUSCH, 1990, p. 35).
Estar constantemente sendo estimulados pelo meio e sofrendo alterações no equilíbrio global, faz com que essa inter-relação do sujeito com o espaço em que vive, exija uma auto-avaliação de seu estado físico e emocional, sendo assim como propõe as questões citadas por Angel Vianna e Jacyan Castilho in GARCIA (2002, p-p. 17-18):

“Responda sinceramente: qual é a primeira coisa que você faz quando chega em casa, após um dia de trabalho (ou mesmo de lazer)? Tira os sapatos e os joga num canto? Desabotoa a fivela do cinto? Troca a roupa suada? Corre pra tomar um gole d’água? Ou deixa a bolsa/pasta num canto, liga a TV e se atira no sofá? Ou ainda lava as mãos do rosto, quem sabe?
É bem provável que você, mesmo não perceba, cumpra algum desses rituais ou outro
qualquer. Seja o que for, pode apostar: a cada vez que você volta para casa, faz alguma
coisa para se pôr à vontade, para estar em casa.. Ou alguém fica de terno e gravata num domingo?!
Pois saiba, caso você nunca tenha pensado nisso, que a sua primeira casa, a que você tem desde que nasceu, muito antes de morar em qualquer outro lugar, é o seu corpo. Uma casa que é só sua, ocupada só por você, da maneira que você bem entende (ou
pode). Você se sente à vontade no seu corpo-casa”?


Observa-se que a Conscientização Corporal, numa relação menos formal e mais livre do movimento, interage e permite que a pessoa renove suas energias já para um maior equilíbrio emocional, além de manter uma harmonia com todo seu entorno.
Em Teatro do Movimento, LOBO (2003, p.61) faz uma reflexão sobre o corpo e nos diz:

“No corpo, circula um fluxo energético, responsável pela presença de algo que transcende a sua materialidade e que chamamos de energia vital. Quando um fluxo energético por qualquer que seja o motivo, fica estagnado em determinados pontos do corpo, prejudica o bom funcionamento do todo, gerando queda de energia, bloqueios emocionais e tensões físicas, que provocam limites nas habilidades corporais e posteriormente causando doenças”.

Sabe-se também que a tensão não é de todo um problema, pois necessitamos dela para nos mantermos em movimento. Porém, o acúmulo de tensão em determinada parte ou articulação do corpo é que vai interromper a fluência da energia, limitando a flexibilidade das articulações, tornando os músculos mais rígidos e criando anéis de tensão. Para BERTAZZO, (1998, p.15): “... o conceito de organização motora pede distribuição do tônus, e não relaxamento. Para ficarmos em pé é necessária uma justa organização muscular”. A própria palavra Dança em todas as línguas européias – danza, dance, tanz, deriva da raiz tan que, em sânscrito significa “tensão”. Para GARAUDY (1980, p.14) “Dançar é vivenciar e exprimir, com o máximo de intensidade, a relação do homem com a natureza, com a sociedade, com o futuro e com seus deuses”.
Complementando o que vem sendo abordado, pode-se afirmar que o corpo é o veículo pelo qual nos expressamos e é através do movimento corporal que as pessoas se comunicam, se interagem, sentem tudo que está a sua volta e essas sensações são percebidas.
Vivemos numa sociedade em que o movimento corporal expressivo não faz parte dos padrões educacionais, assim como FUX (1983, p.93) chama a atenção para o fato de que:

“Quando somos crianças necessitamos mover-nos porque movendo-nos expressamos nossa vontade de rir, de chorar ou de brincar. À medida que crescemos nosso corpo passa pelos tabus de uma civilização que corrompe nossa necessidade de expressão, perde cada vez mais o desejo de mobilização”.


Grande parte dos problemas vivenciados no dia-a-dia é interiorizado deixando registros no nosso corpo. Não só o corpo é afetado, como também o processo emocional, intelectual e os reflexos sofrem esta pressão. Inclusive os bloqueios emocionais acabam interferindo até mesmo na respiração, sem que se percebam os movimentos do cotidiano quase que compulsivamente numa espécie de automatização gestual. Alguns movimentos como: pegar um objeto, se abaixar ou mesmo levantar da cama necessitam de uma organização muscular, organização esta que precisa ser respeitada. BERTAZZO (1998, p.16) nos diz que “... devemos respeitar os biótipos, a reconhecer que determinações genéticas, ação do meio ambiente, educação, influências socioculturais, atitudes de trabalho, traumas de percurso etc, interferem na construção e funcionamento do nosso corpo”.
Nesse sentido, pode-se dizer que cada pessoa é formada de acordo com os estímulos que recebem ao longo de sua existência. Vivências prazerosas contribuem para novas descobertas gerando impulsos positivos que leva o sujeito a autopercepção. “A partir dessa consciência interna do movimento que poderemos então conceitualizar o espaço exterior e estabelecer relação com ele e com objetos e seres que nos rodeiam” (IBDEM, p.23). Desta forma trabalha-se com diversas formas de experimentação, estimulando os sentidos gerando sensações que fortalecem o indivíduo em sua aceitação dentro de uma sociedade produtora de estereótipos físico-corporais em que os valores externos se sobrepõem aos valores morais e éticos.
É importante trabalhar a aceitação do sujeito em relação a seu próprio corpo e a toda sua capacidade criativa, respeitando as relações interpessoais. É neste momento que a dança assume uma importância benéfica no resgate da auto-estima para desenvolver uma maior relação com o seu meio. É muito comum a pessoa rejeitar tocar e ser tocada numa aula ou atividade corporal, onde o expressar-se coletivo exige uma maior relação inter-pessoal. Então, torna-se necessário ampliar os sentidos do corpo, proporcionando maior qualidade nas explorações sensoriais.
Experimentar o prazer do movimento criativo com sensibilidade proporciona benefícios de forma global ao indivíduo. Desta forma, percebe-se que cada atividade pragmática adquire uma nova qualidade na sua forma de manifestação, como no dormir, no acordar e nas demais tarefas do dia-a-dia. Inclusive, LABAN (1978, p.38), reforça a possibilidade de trabalhar com a pessoa, acreditando na sua predisposição evolutiva em relação ao movimento corporal, quando diz que:
“O homem tem a capacidade de compreender a natureza das qualidades e de reconhecer os ritmos e as estruturas de suas seqüências. Tem a possibilidade e a vantagem do treinamento consciente, que lhe permite alterar e enriquecer seus hábitos de esforço até mesmo sob condições externas desfavoráveis”..
Utilizamos primeiramente como estímulos de nossas aulas de conscientização corporal, as dinâmicas de grupo, e podemos observar nessas atividades que os alunos se libertam do seu individualismo, relacionando-se uns com os outros, proporcionando desta forma a integração do grupo e maior desenvolvimento nos trabalhos que serão propostos.
Segundo FRITZEN (2000, p.08):
Exercícios procuram despertar nas pessoas o sentido da solidariedade, adormecidos pelo individualismo e pelo egoísmo. Outros, ainda, buscam mais diretamente uma colaboração efetiva, afastando a frieza, o indiferentismo, a agressividade, o desejo de dominação, o tratamento da pessoa como objeto. Aparecem ainda exercícios que provocam um “insight” pessoal. Apresentam a pessoa como ela é realmente, com suas limitações, deficiências, habilidades, tendências positivas e negativas. Há, enfim, jogos que demonstram maturidade grupal, o grau de abertura de harmonia, e o ambiente de amizade, de sinceridade, de confiança e colaboração.

Para complementar, consideramos importante o enfoque dado por MIRANDA (2000, p-p.13-14), valorizando a dinâmica de grupo na descoberta de si mesmo e do outro, proporcionando uma ação motivadora dentro da educação:
A dinâmica de grupos proporciona aprendizagens diversas aos membros do grupo, tanto no sentido da vivência pessoal (autoconhecimento), como na interpessoal (percepção do outro). (...) A educação com John Dewey, que vislumbrou o preparo dos alunos para a vida social, rompendo com a absoluta tradição de transmissão de conhecimentos e fundando a concepção de professor como líder de um grupo, que influi na aprendizagem, não apenas pelo domínio teórico, mas também pela habilidade de motivar os alunos, estimular a participação e criar entusiasmo.

É desta forma que se constrói uma identidade consciente de suas ações diante do mundo, em relação com o outro para uma melhor qualidade de vida dentro da sociedade atual.


BIBLIOGRAFIA:
BERTAZZO, Ivaldo. Cidadão Corpo: identidade e autonomia do movimento. São Paulo: Summus, 1998.
FAHLBUSCH, Hannelore. Dança Moderna e Contemporânea. Rio de Janeiro: Sprint, 1990.
FRITZEN, Silvino José. Exercícios Práticos de Dinâmica de Grupo. Petrópolis: Ed. Vozes, 2000.
FUX, Maria. Dança, experiência de vida. São Paulo: Summus, 1983.
GARAUDY, Roger. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
GARCIA, Regina Leite (org). O corpo que fala dentro e fora da escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978.
---------------------.Dança Educativa Moderna. São Paulo. Ícone, 1990.
LOBO, Lenora. Teatro do Movimento: Um método para um intérprete criador. Brasília:LGE, 2003.
MIRANDA, Simão de. Oficina de dinâmica de grupos para empresas, escolas e grupos comunitários. Campinas: Papirus, 2000.

TÉCNICA E MENSAGEM NA DANÇA ESPÍRITA: A BUSCA DO EQUILÍBRIO PERFEITO

Daniela L. Pereira Soares
almanova@ig.com.br


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

“A arte não pertence a país algum, veio do Céu.”
Miguel Ângelo

Antes de iniciar nossa reflexão, é importante conversar sobre alguns termos que serão usados ao longo do texto, evitando assim, alguns equívocos acerca do entendimento dos mesmos. O próprio termo “dança espírita”, para algumas pessoas não soa bem, preferem usar “dança com temática espírita”, outras ainda, preferem usar apenas “dança”. Diferentes pontos de vista, que se postos em questão, todos teriam sua parcela de razão. Aqui, será usado o termo “dança espírita”, pois em poucas palavras ele se aplica a uma parcela restrita de pessoas que fazem esse tipo de dança, em determinado local e com uma finalidade específica. Aqui nos referimos a grupos de pessoas que entendemos são espíritas, ou seja, acreditam, vivenciam as idéias e crenças espíritas e fazem um diálogo desses conhecimentos com a dança. Já quando se fala “dança com temática espírita”, não se torna claro que esteja se referindo a um grupo espírita, pois como existem grupos teatrais que encenam peças, novelas, filmes que abordam temas espíritas sem serem necessariamente espíritas, nada impede que um grupo de dança como o Grupo Corpo[1] ou o Ballet Stagium[2] dance uma coreografia voltada a temas espíritas sem necessariamente serem espíritas. Isso também leva a pensar, que quando se fala em “dança espírita” não está se referindo apenas à temática do ballet[3] ou coreografia, mas aos objetivos e as finalidades que orientam o grupo de pessoas que o fazem.
Outro ponto a salientar é em relação ao pensamento de que um dia haverá uma “arte espírita”, como um dia houve a arte pagã e a arte cristã e dentro disto podemos inserir a dança. Neste contexto citamos alguns trechos do livro Arte e Espiritismo organizado por Renato Zanola, onde ele faz transcrições da Revista Espírita (1860), no qual baseamos nossa fala anterior:

“A Pintura, a Escultura, a Arquitetura e a Poesia inspiraram-se sucessivamente nas idéias pagãs e nas cristãs. Podeis dizer se, depois da Arte cristã, haverá um dia, uma Arte espírita? O Espírito respondeu: - Fazei uma pergunta respondida por si mesma. O verme é verme; torna-se bicho da seda; depois, borboleta. Que há de mais aéreo, de mais gracioso do que uma borboleta? Então! A Arte pagã é o verme; a Arte cristã é casulo; a Arte espírita será a borboleta”. (Zanola, 1997, p.17)

“ Quando dizemos que a Arte espírita será um dia uma Arte nova, queremos dizer que as idéias e as crenças espíritas darão às produções do gênio um cunho particular, como ocorreu com as idéias e crenças cristãs e não que os assuntos cristãos caiam em descrédito; longe disto; mas , quando um campo está respigado, o ceifador vai colher alhures, e colherá abundantemente no campo do Espiritismo. E já o fez, sem dúvida, mas não de maneira tão especial quanto o fará mais tarde, quando for encorajado e excitado pelo assentimento geral. Quando estas idéias estiverem popularizadas, o que não pode tardar, pois os cegos da geração atual diariamente desaparecem da cena, por força das coisas, a geração nova terá menos preconceitos... Tempo virá em que elas farão surgir obras magistrais, e a Arte espírita terá os seus Rafael e seus Miguel Ângelo, como a Arte pagã teve os seus Apeles e os seus Fídias.” ( Zanola, 1997, p.25)


Acredita-se que esse movimento de renovação nas artes já está começando e não é propriedade exclusiva dos espíritas. Colocando o foco estritamente na dança, nota-se ela despontando em diferentes linhas religiosas, e independente da crença, do pensamento que os diferentes cultos lhe imprimem e se refletem na forma de fazer e pensar a dança, já se pode ver alguns pontos comuns entre elas, um deles chama a atenção – a reforma íntima.
Dança é dança, independente de ser feita numa academia, numa praça ou num centro espírita e, não é propriedade de nenhum grupo étnico, ou religioso, senão da própria humanidade. Apesar dos rótulos que se possa querer utilizar, nenhum deles modifica o que seja dança, independente do estilo, do modo de se fazer ou se teorizar dança, no entanto, às vezes eles se fazem necessários para que se possa delimitar um grupo com a finalidade de analisar suas práticas.

TÉCNICA NA DANÇA ESPÍRITA

“Eu não danço, eu sou a dança.”
Klauss Vianna

Dentro da história da dança a partir do pensamento de BOURCIER (2001), é na Itália, no Quatrocentos, que pela primeira vez se pensou na necessidade da técnica em dança. A dança que era uma expressão corporal realizada relativamente livre até então, passa a tomar consciência das possiblidades de expressão estética do corpo humano e da utilidade das regras para explorá-lo.
Mas o que é técnica afinal? Segundo o dicionário virtual Wikipédia:

“Técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm como objetivo obter um determinado resultado, seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra atividade. A palavra se origina do grego techné cuja tradução é arte.”

Trazendo isso para o universo da dança, conforme DANTAS (1999), a técnica é uma maneira de realizar os movimentos, organizando-os segundo as intenções formativas de quem dança. Ela está presente tanto nos processos de criação coreográfica quanto nos processos de aprendizagem, passando a ser um modo de informar o corpo e, ao mesmo tempo, de facilitar o manifestar da dança no corpo, ou seja, tornar o corpo que dança ainda mais dançante. A técnica torna o bailarino apto a manifestar-se em determinado código.
Mas será que a técnica é realmente necessária em um grupo espírita de dança? A técnica não seria dispensável, já que os objetivos dos grupos não repousam na formação de bailarinos profissionais, nem na realização de exibições virtuosas?
Pensando a técnica como um fim em si mesma, como um treino mecânico que nos leva a girar, a saltar somente, seria fácil chegar a conclusão que ela não é tão necessária, no entanto, pensando a dança como uma linguagem e a técnica como uma forma de manifestação dessa linguagem, talvez seria algo a ser pensado.
Da mesma forma que o músico espírita faz uso das notas musicais, dos acordes, de técnicas específicas para compor suas canções, fazendo uso de um instrumento afinado para se expressar, o bailarino também carece de um repertório de movimentos e de um instrumento (corpo) capacitado para externá-los.

“Como o poeta deve, cada vez mais, conhecer e dominar o seu idioma para ter maior capacidade de expressar as suas idéias sem restrições, o dançarino deve dominar a técnica do movimento para aumentar seu vocabulário corporal e o coreógrafo precisa conhecer os princípios do movimento para enriquecer seu material principal de trabalho – o movimento. Porém, sem deixar que esta classificação se torne inibidora da espontaneidade interpretativa e criativa”. ( Robatto,1994, p.110)

Quanto maior o aprimoramento do bailarino, mais natural a dança se torna em seu corpo, permitindo que a mensagem que ele queira transmitir através do movimento, flua livremente e atinja mais vivazmente o espectador. Dessa maneira, a técnica não entra como o ponto principal do fazer dança, mas sim como um meio facilitador à expressividade do movimento.
O conhecimento e aplicação da técnica da dança nos grupos espíritas, além de favorecer uma maior consciência corporal e do movimento, ampliando suas possibilidades de expressão coreográficas, ajuda na prevenção de possíveis lesões que a prática incorreta pode levar a termo. Oferecerá também base segura para que o coordenador do grupo ou o responsável pelo treinamento técnico possa realizar seu trabalho de maneira correta e honesta, respeitando o corpo em formação de crianças e adolescentes sob sua responsabilidade.
Assim como o evangelizador busca apoio no conhecimento científico para entender a educação e, dessa forma ampliar suas ações na seara espírita; nada há de errado em se buscar o conhecimento teórico e prático da dança, desde que, o trabalho no grupo espírita de arte não se encerre na técnica, mas que alicerçado em Kardec e na vasta literatura espírita, descortine o que está além dela, e se desdobre em auto-conhecimento, melhoria interior, caridade e esperança dentro e fora da casa espírita.


A MENSAGEM ESPÍRITA NA DANÇA

“ O espiritismo vem abrir para a arte novas perspectivas, horizontes sem limites.”
Léon Denis

O que caracteriza um grupo como “grupo espírita de dança” não é apenas a mensagem espírita expressa em suas coreografias, pois como se refletiu no início desse artigo, qualquer grupo profissional ou amador pode fazer isso, independente de ser espírita ou não. Todavia, cabe a nós o papel de o fazê-lo, implícita ou explicitamente, pois se nós que somos bailarinos e coreógrafos espíritas não falarmos de temas espíritas em nossas coreografias, quem falará por nós?
Essa frase, bastante conhecida entre os bailarinos espíritas, me tocou profundamente num momento crucial dentro do grupo espírita de dança[4] em que eu atuava. Naquele momento a dúvida me assombrava. Nosso grupo sempre se caracterizou pela criação de ballets onde a temática espírita era bem declarada e comecei a me questionar sobre esse nosso posicionamento. Será que o caminho que estávamos seguindo era correto? Será que precisávamos ser tão diretos?
Comentando essa questão com uma colega das lides espíritas, ela me disse essa frase, que me marcou pra vida toda. Essas palavras passaram a me conduzir com segurança dentro da dança espírita. Esta colega, nem sabe que é autora dessa frase, nem o quanto ela representou pra mim, nem para os grupos que posteriormente dirigi, mas ela me deu um caminho, que ajudou traçar a história de vários grupos espíritas de dança.
Independente do caminho que cada grupo escolha para se guiar, o conteúdo espírita-cristão é compromisso intransferível, seja na vivência diária ou refletido nas coreografias que são criadas.

“ Sim, certamente, o Espiritismo abre à arte um campo novo, imenso e ainda inexplorado, e quando o artista reproduzir o mundo espírita com convicção, haurirá nessa fonte as mais sublimes inspirações, e o seu nome viverá nos séculos futuros, porque às preocupações materiais e efêmeras da vida presente, substituirá o estudo da vida futura e eterna da alma.” ( Kardec in: Obras Póstumas, 1995, p. 157)



“Os artistas da Terra deverão inspirar-se nesses modelos sobre-humanos que os ensinamentos espírita lhes tornarão familiares. A Educação estética humana comporta concepções cada vez mais elevadas a fim de que o sentimento do belo penetre e desenvolva-se em todas as almas. Uma evolução já se produz nesse sentido, e ela se acentuará sob a influência do Além. (Dennis,1994, p.15)

Vale ressaltar a responsabilidade perante tarefa tão importante e delicada, a de transmitir o conteúdo sem mácula. A fidelidade quanto a conteúdo doutrinário deverá ser alicerçada no estudo e na vivência do Evangelho do Cristo. Como asseverou-nos o Espírito de Verdade, no capítulo VI do Evangelho Segundo o Espiritismo: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo.”
Não há como transformar em dança um conteúdo que se desconhece. O estudo da doutrina espírita é parte essencial da criação coreográfica, na dança espírita, sem o qual ela corre o risco de tornar-se vazia e perde seu papel transformador.

“ O Espírito não pode se identificar senão com aquilo que sabe, ou que crê ser uma verdade, essa verdade, mesmo moral, torna-se para ele uma realidade que exprime tanto melhor quanto a sente melhor; e então, se à inteligência ele junta a a flexibilidade do talento, faz passar as suas próprias impressões nas almas dos outros; quais impressões, contudo, pode provocar aquele que não as tem? (Kardec in: Obras Póstumas, 1995, p.153)

Voltando o olhar para o processo de criação coreográfica no qual a mensagem torna-se peça central, vemo-la muitas vezes perdida em meio a movimentos mecânicos e desprovidos de significado, muitas vezes, sem que aqueles que o fazem tenham consciência disso. Isso acontece no âmbito da dança em geral, pela própria formação técnica que o bailarino é submetido, numa perspectiva dualista que insiste em separar corpo e mente, cujas raízes filosóficas remontam a Idade Média.[5]
ROBATTO (1994) afirma que tradicionalmente o bailarino só é trabalhado no seu aspecto técnico-corporal, ficando geralmente relegada a um segundo plano sua formação técnica no que se refere a expressividade do movimento e à interpretação coreográfica. Isso acontece porque os exercícios técnicos de condicionamento físico, por vezes, são tão massacrantes que não levam em consideração a expressividade. Porém, não se pode trabalhar o próprio corpo, depositário de toda uma vivência espiritual, mental, afetiva, sensorial, etc.,considerando-se apenas os objetivos técnicos quantitativos, dirigidos para se tentar alcançar novos records de capacidade física. É preciso saber lidar com a indispensável disciplina técnica, sem bloquear a sensibilidade e a imaginação do bailarino.
Vale lembrar que o papel do coreógrafo é fundamental no sentido de transmitir aos bailarinos a intenção do movimento, ou buscar junto com os mesmos através de uma vivência mais significativa, movimentos que expressem melhor o pensamento coreográfico; pensamento este, embasado no estudo e nas reflexões de todo o grupo envolvido na montagem.
Toda obra artística é passível de diferentes interpretações, no entanto, é importante tornar clara a mensagem que se queira transmitir. Neste aspecto, a auto-crítica e o olhar de outras pessoas antes da finalização da obra é fundamental para que ela seja repensada e que para que a melhoria seja buscada. Nada tão desanimador, quanto ouvir ao final de uma apresentação: O que você quis dizer com aquela coreografia?
A mensagem espírita na dança é compromisso sério que exige, estudo, comprometimento e criatividade do artista espírita. Que ela esteja presente em nossas coregrafias com a seriedade e o respeito que ela merece, mas que antes disso, ela brilhe em nossos atos e atitudes, através das coreografias que criamos em nossa vivência diária e que oferecemos ao Pai cotidianamente.


REFORMA INTIMA: O ELEMENTO INDISPENSÁVEL


A mensagem espírita é um dos aspectos que caracteriza um grupo espírita de dança, principalmente aquela que é que vivenciada e transmitida pelo exemplo. Nas coreografias, a técnica conferirá material adequado para que ela se construa, o estudo das obras básicas será o alicerce, mas somente a sintonia com as esferas superiores, através do esforço por melhorar-se é que produzirá a vibração que arrebatará quem assiste.

“O sentimento é foco gerador de energia emuladora, que, qual dínamo gerador de vibrações superiores, atingirá o coração, o sentimento, estimulando as qualidades superiores dos que estão em seu raio de influência, levando-os a seguir o exemplo, a imitar, não mecanicamente, mas atraído pela força emuladora que emana do próprio coração.” ( Alves, 1997, p. 155)

Daí o compromisso maior do fazer dança espírita, acender a luz que nos é própria para que a Luz do Cristo resplandeça em nossas obras.

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Estai em mim, e eu em vós: como a vara de mim mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.
Eu sou a videira, vós as varas: quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.” (Bíblia, João, 15:4,5,10)

Segundo ALVES (2000), a arte não é apenas uma forma de expressão, mas acima de tudo, uma forma de crescimento interior, de desenvolvimento das potências da alma. Quando direcionada aos canais superiores da vida, auxilia o Espírito a vibrar em sintonia mais elevada, afinando seus sentimentos estéticos com vibrações sutis, com o amor que se amplia e se expande ao infinito.
A reforma íntima se reveste de caráter fundamental num grupo espírita de dança, pois que forças, que luzes, que consolações, que esperanças podemos passar às outras almas se não temos em nós próprios senão obscuridade, dúvida, incerteza e fraqueza ? Será também nosso elemento de ligação com a espiritualidade maior, atraindo a companhia dos bons espíritos, fazendo-nos crescer e dando às nossas criações um caráter que ultrapassa o visível, o palpável, o sensorial, mas antes de tudo, um misterioso encanto, que atrai e convida a transformação de dentro pra fora.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


A arte se reveste de nuances sensíveis e profundas, que em sua maioria ainda não conseguimos apreender, a medida que vamos evoluindo, crescendo espiritualmente, vamos tomando contato gradualmente com a fonte da qual ela emana.
A arte é tarefa importante na casa espírita e se reveste da mesma importância que as demais atividades. O estudo, o trabalho sério e desejo sincero por querer melhorar-se são a base segura para que o trabalho se desenvolva com êxito.
Concluindo as reflexões acerca da técnica e da mensagem na dança espírita, penso que a mensagem espírita é o tesouro que se oferece quando se dança, mas a sua força maior não está no roteiro coreográfico que se prega, nem no virtuosismo técnico adquirido, mas repousa sem dúvida na transformação moral que já se alcançou.
Que as criações coreográficas que são feitas nos grupos espíritas de dança se sedimentem não apenas na boa vontade de fazer e servir, mas que busquem apoio no estudo da doutrina, nas técnicas da dança e na vivência do amor e da caridade. Com toda a certeza a mensagem ficará comprometida se houver carência técnica, o mesmo podemos asseverar da falta de conhecimento doutrinário, mas a ausência do ideal superior comprometerá ainda mais, pois será como uma música que toca por um instante e depois desaparece, sem produzir eco algum nos recônditos da alma.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Walter Oliveira. Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. 1ª ed. Araras/São Paulo: Instituto de Difusão Espírita,1997.

ALVES, Walter Oliveira. Introdução ao Estudo da Pedagogia Espírita: Teoria e Prática. 1ª edição. Araras/São Paulo: Instituto de Difusão Espírita, 2000.

BOUCIER, Paul. História da Dança no Ocidente. 3ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

DANTAS, M. Dança: o enigma do movimento. Porto Alegre: Editora UniverCidade/UFRGS, 1999.

DENNIS, Leon. O Espiritismo na arte. 2ª ed. Rio de Janeiro: Publicações Lachâtre, 1994.

KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 3ª ed. Araras/São Paulo: Instituto de Difusão Espírita, 1995.

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 182ª ed. Araras/São Paulo: Instituto de Difusão Espírita, 1978.

KATZ, H. Entre a Heresia e a Superstição. In: São Paulo. SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA, CENTRO CULTURAL SÃO PAUL. Navegar é Preciso: Portugal – Brasil: problemas estruturais e similaridades conceituais na dança de Brasil e Portugal. São Paulo, 1998 p. 7-16

ROBATTO, L. Dança em Processo: a linguagem do indizível. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1994.

ROCHA, Ruth. Minidicionário. São Paulo: Scipione, 1995.

VIANNA, Klauss. A Dança.2ª ed. São Paulo: Siciliano, 1990.

ZANOLA, Renato. Arte e Espiritismo: Textos de Allan Kardec, André Luiz e Outros Autores. 2ª ed. Rio de Janeiro: Edições CELD, 1997

Ballet Stagium - artigo disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ballet_Stagium

Grupo Corpo - artigo disponível em :
http://www.grupocorpo.com.br/pt/historico.php

Técnica – artigo disponível em :
http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9cnica




[1] Referência à companhia mineira de dança contemporânea de renome internacional, criada em 1975 em Belo Horizonte pelos irmãos Pederneiras.
[2] Referência a Companhia de balé brasileira, criada em 1970, em pleno regime militar, sediada em São Paulo. O Ballet Stagium é coordenado por Marika Gidali e Décio Otero e já conta em sua história com mais de 80 coreografias no decorrer desses mais de 30 anos.

[3] Conjunto de coreografias que versam sobre um tema ou contam uma história usando a dança como linguagem.
[4] Referência ao Grupo Espírita de Dança Evolução, criado em 1995 em Araras/São Paulo e atuante até hoje.
[5] Ao final da Idade Média, de acordo com KATZ ( 1998), fazia-se necessário acreditar no dualismo corpo-mente, pois só assim seria permitido estudar o corpo anatomicamente, sem ir de encontro às normas religiosas da época. O corpo passa, então, a ser visto como um objeto de observação e de estudo, separado da alma – pura e intacta aos pecados deste corpo. A possibilidade do homem tornar-se um observador do mundo, separado dele, motor do nascimento da perspectiva linear, gesta a ciência clássica.

DANÇA CONTEMPORÂNEA E ESPIRITISMO:CAMINHOS PARA O CONHECIMENTO

“A dança é um ato litúrgico do cosmo quando parteja. O que nasce, dança. O que vive, dança.
E o que
morre permuta outro campo de movimento ... inicia novo círculo de expressão com nova significação!”

(Espírito Ananda, 2003- Casa de Oração Fé e Amor)

Gostaria de compartilhar neste texto conceitos que, acredito, aproximam a linguagem da dança contemporânea e o Espiritismo. Portanto, achei conveniente relatar um pouco da minha trajetória pessoal entre estes dois universos, a fim de que, possamos entender de onde surgiram estes possíveis diálogos e juntos busquemos outras proximidades.
Sou bailarina e espírita. Atuo como coreógrafa, professora e pesquisadora de dança contemporânea. Graduada pela Universidade Estadual de Campinas e especialista em estudos contemporâneos da dança pela Universidade Federal da Bahia, em parceria com a Faculdade Angel Vianna, no Rio de Janeiro. Integro o Grupo das Excaravelhas de dança contemporânea em Campinas. Escolhi trabalhar como arte-educadora ou artista-docente como define [1]Isabel Marques.
Há mais ou menos sete anos tornei-me adepta do Espiritismo, o que causou – me uma significativa transformação no meu modo de perceber e conceber a vida. A Doutrina Espírita revelou-me a riqueza do evangelho de Jesus através do conhecimento amplo que Ele possui sobre o amor e o amar. A Doutrina Espírita me revelou ainda, na sua filosofia, a crença na vida após a morte, a possibilidade de comunicação entre encarnados e desencarnados e a reencarnação.
O maior aprendizado que obtenho na Doutrina Espírita é exatamente que todos nós um dia encontraremos a Deus e que para isso é necessário que superemos as nossas imperfeições representadas no Espiritismo pelo tripé da: vaidade, do orgulho e do egoísmo. Mas, como superar as nossas imperfeições? Conhecendo-nos a nos mesmos. Esta é a grande chave que nos é ofertada pelo Espiritismo.
Durante todos estes anos de atuação com a dança e por tanto com a arte, venho justamente procurando compreender de que maneira a dança me ajuda a construir conhecimento sobre o mundo e sobre mim mesma. Tive oportunidade de me apropriar de algumas técnicas da dança moderna e de algumas linguagens de danças brasileiras, passando pela capoeira, congos, maculelê, samba - de – roda e outras manifestações da cultura popular brasileira.
No entanto, foi na dança contemporânea que encontrei sentido para prosseguir construindo conhecimento. O motivo maior desta escolha está relacionado aos princípios históricos a que ela se atrela.
Na década de 60, período em que a dança contemporânea efervescia nos Estados Unidos, o palco italiano deixava de ser o lugar exclusivo da dança, que passa a invadir os espaços públicos. Coincidentemente foi em uma igreja em Nova York, a Judson Memorial Church, que um grupo de bailarinos realizou uma variedade de experimentações, questionando o que poderia ser nomeado como dança e em quais espaços essa arte poderia ocupar e se expor. (Salles, 2006)
A proposta era encurtar as distâncias entre artista e público, tanto através dos espaços ocupados, como através da movimentação utilizada nas criações, nas quais foram introduzidas gestuais comuns ao cotidiano popular. Outra possibilidade aberta nesta proposta foi o diálogo entre diferentes estilos de dança e práticas corporais, buscando encontrar nas diferenças as congruências de sentidos e significados.
Este pensamento ideológico possibilitou uma diversificação da linguagem da dança, no sentido em que ela pôde acolher diferentes meios de manifestação pelo movimento. Caem por terra verdades absolutas de corpos específicos adequados à dança, de artistas superiores a espectadores, de apenas uma forma de dança adequada a simbolizar, leveza, tristezas, amores, morte, assim como, a idéia de que a dança sempre é uma manifestação de alegria e beleza.
As relações e experiências humanas são consideradas pela dança contemporânea como um recurso de criação essencial, pois estas experiências revelam-se nos relacionamentos como um conhecimento sobre o indivíduo e deste sobre o mundo. Uma vez que ela não possui um código de movimentos pré-estabelecido, como encontramos na dança clássica, por exemplo, a dança contemporânea permite ao seu intérprete-criador, elaborar e construir os seus próprios códigos de movimentos, de acordo com o conhecimento e os sentimentos que possui, tanto no aspecto técnico da dança como no aspecto moral. Dançar é sua forma pessoal de interpretar o mundo. É o seu caminho pessoal com Deus.
Ao criarmos e elaborarmos códigos de movimentos, encontrarmos representações na linguagem da dança para nossos sentimentos ou percepções do mundo, consequentemente reelaboramos idéias e conceitos de nós mesmos ou da sociedade na qual estamos inseridos. Além de revermos conceitos, temos a possibilidade de criarmos através da arte, universos imaginários onde a poesia pode substituir a apatia. Ou seja, abrimos espaços para a transformação da nossa realidade.
O ato de criar é portanto, um ato de construção de conhecimento e de transformação do ser humano. Uma vez que para sonhar com um novo homem e uma nova sociedade é preciso primeiramente tomar a consciência do nosso atual estado evolutivo, sabendo que ele é temporário e passageiro e assim, aspirarmos condições mais elevadas.
É justamente neste aspecto que a dança contemporânea e a Doutrina Espírita se aproximam, na minha opinião, partindo do princípio de que expressamos exatamente aquilo que somos e pensamos, mas não estamos presos a estas formas. Deus nos possibilitou a capacidade de modificá-las através do nosso esforço próprio e do nosso aprendizado.
Entretanto todas estas etapas de construção de conhecimento só terão sentidos quando o maior deles for adquirido. A de que Deus rege todas as coisas do universo e que portanto sendo eu parte do universo também sou regida por Deus.
O caminho desta mudança no entanto, é percorrido num tempo indeterminado e em espaços variados onde o Espírito pode habitar. Assim, tal qual na dança, é o movimento, o tempo, o espaço, que estimula o surgimento da beleza, do novo, em detrimento do velho.



Uma vez que, somos Espíritos eternos e que sabemos que a nossa evolução ocorre na terra, assim como em outros planetas, à medida que, nos transformamos vamos modificando também nossos códigos de movimentos e nossas expressões. Vamos modificando as nossas forma de dançar, de representar a nós mesmo e ao mundo. Eis aqui mais um diálogo possível da linguagem da dança contemporânea com o Espiritismo, pois ela representa o estágio evolutivo do nosso Espírito.
Em suma; chegar a Deus no estágio que nos encontramos é um percurso composto de muitas vicissitudes e dos vícios que trazemos desta e de outras encarnações. O processo de criação da dança contemporânea, sob a luz do Espiritismo, nos permite encontrar a beleza apesar das sombras. Ou seja, ela não mascara as nossas imperfeições e as nossas dificuldades, mas ela aponta caminhos por meio da arte do movimento de transformamos esta realidade, em uma nova realidade com Jesus que nos ensina a amar buscando o verdadeiro sentimento de humanidade:
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo
(Mateus 22:37-39)
Dançar perpetua o movimento do eterno e do divino em nós.

[2]Nascer, Morrer, renascer ainda e Progredir sem cessar, tal é a lei
(Allan Kardec)

[3]O que vive, dança. E o que morre permuta outro campo de movimento...inicia novo círculo de expressão com nova significação!”
Bibliografia Utilizada:
ALLAN, K. (1857)- O Livro Dos Espíritos de Estudos-tradução Francisco Maugeri-1ª.edição (2007). Cáritas Editora – Campinas.
ALLAN, Kardec. (1864)- – O Evangelho Segundo O Espiritismo de Estudos -tradução – Francisco Maugeri – 1ª. edição (2004). Cáritas Editora – Campinas.
BANES, S.(1987) Terpsichore in Sneakers. Connecticut, Wesleyan- University Press.
HAY, Débora. Artigo (s/ data) : Comprimentos de Ondas ou Fio Telefônicos? In: DALY, Ann (org). Em que se Transformou a Dança Contemporânea?.
SALLES, Paula. (2006) Dançando o Sagrado na Contemporaneidade. Monografia de conclusão do curso de Especialização em Estudos Contemporâneos de Dança pela UFBA e pela Faculdade Angel Vianna.
Referências Bibliográficas:
BOURCIER, Paul. (1987). História da Dança no Ocidente. Editora Martins Fontes. São Paulo.
In, BREMSER, M. (1999) - Fifty Contemporary Choreographers
Selection and editorial matter-
CORTES, Gustavo Pereira - Dança, Brasil: festas e danças populares
MARQUES, Isabel (1999) – Ensino de Dança Hoje: textos e contextos. São Paulo: Editora Cortez.
GOLBERG, K (s/d). –Performance – Live art since the 60’
PORTINARI, Maribel (1989) –História da Dança – Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira



[1] Profa. Dra. Isabel Marques, fundadora e diretora da Caleidos Cia de Dança. Vide o livro o Ensino da Dança Hoje: textos e contextos. 1999.

[2] Frase escrita no túmulo de Allan Kardec
[3]Vide introdução do texto.

19 maio 2009





VIII MOSTRA ESPÍRITA DE DANÇA "OFICINA DO
ESPÍRITO"

"Criação: Sou Criador, Sou Criatura"

10,11 e 12 de Outubro de 2009
Instituto de Difusão Espírita - Araras/SP

Inscrições de 11 de Junho a 12 de Setembro de 2009
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