07 fevereiro 2010

Dança na Literatura Espírita


Poucos são os livros, que fazem referência direta à dança dentro da literatura espírita.

Uma obra bastante conhecida, psicografada por Yvone do Amaral Pereira, que narra um espetáculo de dança no mundo espiritual é o livro Memórias de um Suicida.

(…) Então, eram dias festivos em Cidade Esperança! Nas suntuosas praças ajardinadas que circundavam o majestoso palácio da Embaixada Esperantista, sobre tapetes de relvas cetinosas, garridamente mescladas de miosótis azuis, de azáleas níveas e róseas, realizavam-se os jogos florais, perfeitos torneios de Arte Clássica, durante os quais a alma do espectador se deixava transportar ao ápice das emoções gloriosas, deslumbrada diante da majestade do Belo, que então se revelava em todos os delicados e maviosos matizes possíveis à sua compreensão! Destacavam-se os bailados coreográficos e mesmo individuais, levados à cena por jovens e operosas esperantistas, cujas almas reeducadas à luz benfazeja da Fraternidade não desdenhavam testemunhar a seus irmãos cativos do pecado o apreço e a consideração que lhes votavam, descendo das paragens luminosas e felizes em que viviam para a visitação amistosa, com que lhes concediam tréguas para as ominosas preocupações através do refrigério de magnificentes expressões artísticas.

Então a beleza do espetáculo atingia o indescritível, quando, deslizando graciosamente pelo relvado florido, pairando no ar qual libélulas multicores, os formosos conjuntos evolucionavam traduzindo a formosa arte de Terpsícore através do tempo e dos característicos das falanges que melhor souberam interpretá-la; agora, eram jovens que viveram outrora na Grécia, interpretando a beleza ideal dos “ballets” de seu antigo berço natal; depois, eram egípcias, persas, hebraicas, hindus, européias, extensas falanges de cultivadores do Belo a encantar-nos com a graça e a gentileza de que eram portadoras, cada grupo alçando ao sublime o talento que lhe enriquecia o ser, enquanto suntuosos efeitos de luz inundavam o cenário como se feéricos, singulares fogos de artifício descessem dos confins do firmamento para irradiar em bênçãos de luzes sobre a cidade, que toda se engalanava, de esbatidos multicores, nuanças delicadas e lindas, que se transmudavam de momento a momento em raios que se entrechocavam, indescritivelmente, em artísticos jogos de cores, entrecruzando-se, transfundindo-se em cintilações sempre novas e surpreendentes. (…)

(CASTELO BRANCO, Camilo/ PEREIRA, Yvonne do Amaral. Memórias de um Suicida. FEB, 21ª. Edição. Rio de Janeiro, 2000. pp 552-553)

Além desta obra, citamos abaixo, algumas outras que fazem referência direta a dança sob a ótica espírita:

ALVES, Walter Oliveira. Introdução ao Estudo da Pedagogia Espírita: Teoria e Prática. 1ª ed. Araras/São Paulo: Instituto de Difusão Espírita, 2000.
ALVES, Walter Oliveira. Educação do Espírito: Introdução à pedagogia espírita. Araras/SP: IDE, 1997.
Sugestões de bibliografia sobre Arte à luz do Espiritismo
ZANOLA, Renato . Arte e Espiritismo: Textos de Allan Kardec, André Luiz e outros autores. Rio de Janeiro: Ed. CELD, 1997
DENIS, Leon. O Espiritismo na Arte. Rio de Janeiro: Publicações Lachâtre, 1994.
KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 3ª ed. Araras/São Paulo: Instituto de Difusão Espírita, 1995.
OLIVEIRA, Weimar Muniz. Renascimento da Arte: A luz da terceira revelação. Goiânia: FEEGO
INCONTRI, Dora . A educação segundo o Espiritismo. São Paulo: FEESP, 1997
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