26 outubro 2010

Espiritofagia ou Soprofagia ou Animusfagia



 
1922 - Semana de Arte Moderna
2010 - Semana Nacional de Arte Espírita
- O paralelo que sonhamos -

 
Oh, não! 
Não precisamos negar a cultura humana, materialista. Queremos e precisamos iluminá-la, espiritualizá-la.
Sem pretensão, nem deboche. Apenas por desejo, por dever, por querer, por fome.
O dia não nega a noite, mas revela muito mais aspectos ocultos da paisagem.
A Poesia da Árvore do Evangelho enraiza-se neste solo, neste momento.
A Arte expõe sua beleza, em pétalas de inspiração e perfume que exala da profunda entrega do artista.
O artista não quer servidão da platéia, quer servi-la.
Os ramos da videira, porque entrelaçados, se adensam, se robustecem, fazendo correr a seiva do ideal na sua intimidade.
Sim, é preciso deglutir a arte materialista e a mística.
É preciso digerir consumo, sensualidade, apelação, morte, sofrimento, negação, poder, descrença, razão, fé, comunhão e êxtase; reelaborar estéticas, descobrir levezas, libertar ideias e palavras do convencionalismo de quem vive pelo "aqui-agora".
O moderno é o espiritual. O velho transformado em novo. Reencarnado.
A vanguarda é a ética do Evangelho, sempre desafiadora, sempre eloquente, sempre devoradora das almas inocentes para produzir espíritos conscientes metabolizados ao longo das eras.
O que se cultiva, serve de alimento.
A cultura do espírito é um alimentar veemente. Uma dieta suculenta, desejável; desejosa de se introduzir na dieta dos encarnados.
A cultura do espírito é conhecimento e cultivo. Cultivo que é ação. É esse desenvolver saber e desenvolver o fazer que do saber decorre.
A SEMANA NACIONAL DE ARTE ESPÍRITA espalha novas ideias.
Dança a morte, canta a Vida, pinta a virtude, olha o invisível, nada é impossível.
Regurgita a alma a toxicidade do domínio da matéria. 
Matéria é parceira, não ditadora. Benfeitora, não predadora.
Agora, devora a alma sua própria essência.
Desperta com base nesta ESPIRITOFAGIA ou SOPROFAGIA ou ANIMUSFAGIA.
Nunca esteve tão forte, coerente, consistente. 
Nem quando devorava as feras sem cozimento, nem quando consumia os mais industrializados alimentos.
Ela vive na carne, a carne a alimenta, mas não lhe dá fortaleza. A fortaleza ela encontra na matriz do amor.
Amor que é sua própria natureza e a do Criador.
Redesenhe-se a história sob o olhar espiritual.
Redefinam-se as linhas que antes estabeleciam os limites.
Reenquadrem-se os fatos que antes se viam isolados e sem sentido.
Revele-se o além dos bastidores, dos ateliês, das oficinas...
O criar é da alma - o sopro não visto. 
Nenhuma alma é desértica.
O criar é a glória.
O criar é vitória.
O criar é o co-operar com Deus.
No metabolismo infinito da Vida, Deus cria e a alma se felicita.
Já não sorve caldos ralos, já não passa fome espiritual.
Tem o maná à sua disposição. A alma não é desértica.
Do pensamento do Criador nasce, Nele se robustece e com Ele produz.
Oh, não! 
Não precisamos negar a cultura humana, materialista. Queremos e precisamos iluminá-la, espiritualizá-la.
Realimentá-la com o espírito, para alimentar os espíritos.
Numa ESPIRITOFAGIA ou SOPROFAGIA ou ANIMUSFAGIA.
ARTISTA ESPÍRITA: alimente-se.


....“Jamais permitiu Deus que o homem recebesse comunicações tão completas e instrutivas como as que hoje lhe são dadas. Havia, como sabeis, na antigüidade alguns indivíduos possuidores do que eles próprios consideravam uma ciência sagrada e da qual faziam mistério para os que, aos seus olhos, eram tidos por profanos. Pelo que conheceis das leis que regem estes fenômenos, deveis compreender que esses indivíduos apenas recebiam algumas verdades esparsas, dentro de um conjunto equívoco e, na maioria dos casos, emblemático. Entretanto, para o estudioso, não há nenhum sistema antigo de filosofia, nenhuma tradição, nenhuma religião, que seja desprezível, pois em tudo há germens de grandes verdades que, se bem pareçam contraditórias entre si, dispersas que se acham em meio de acessórios sem fundamento, facilmente coordenáveis se vos apresentam, graças à explicação que o Espiritismo dá de uma imensidade de coisas que até agora se vos afiguraram sem razão alguma e cuja realidade está hoje irrecusavelmente demonstrada. Não desprezeis, portanto, os objetos de estudo que esses materiais oferecem. Ricos eles são de tais objetos e podem contribuir grandemente para vossa instrução.” 

O Livro dos Espíritos - Trecho da resposta dos espíritos à questão 628.


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Aprofundando a ideologia da Poesia Pau-Brasil, que desejava criar uma poesia de exportação, o movimento antropofágico brasileiro tinha por objetivo a deglutição (daí o caráter metafórico da palavra "antropofágico") da cultura do outro externo, como a norte americana e européia e do outro interno, a cultura dos ameríndios, dos afrodescendentes, dos eurodescendentes, dos descendentes de orientais, ou seja, não se deve negar a cultura estrangeira, mas ela não deve ser imitada. Foi certamente um dos marcos do modernismo brasileiro.
Oswald de Andrade ironizava em suas obras a submissão da elite brasileira aos países desenvolvidos. Propunha a "Devoração cultural das técnicas importadas para reelaborá-las com autonomia, convertendo-as em produto de exportação".
Unindo ao primitivismo brasileiro um certo primitivismo herdado de Breton (com aproximação ao Marxismo) em um enfoque da psicanálise de Freud, Oswald iria prosseguir aprofundando o seu pensamento neste sentido. Na maturidade, Oswald buscou fundamentação filosófica para a antropofagia, ligando-a a Nietzsche, Engels, Bachofen, Briffault e outros autores, tendo escrito a respeito até teses, como a Decadência da Filosofia Messiânica.
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Como o autor observa em depoimento posterior, a antropofagia foi um "lancinante divisor de águas" no modernismo brasileiro. Não apenas por causa do ato de conscientização que significa a "descida antropofágica" - o deslocamento do objeto estético, ainda predominante na fase pau-brasil, para discussões relacionadas com o sujeito social e coletivo - como também pelas opiniões divergentes que gera e que é causa de futuros desentendimentos entre os modernistas. Sem dúvida, o caráter assistemático e o estilo telegráfico utilizados pelo escritor para dar forma a seu ideário antropofágico de certo modo contribuem para a ocorrência de uma série de mal-entendidos. No entanto, a multiplicidade de interpretações proporcionada pela justaposição de imagens e conceitos é coerente com a aversão de Oswald de Andrade ao discurso lógico-linear herdado da colonização européia. Sua trajetória artística indica que há coerência na loucura antropofágica - e sentido em seu não-senso.
...
A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.
Fonte: Wikipédia

Jaime Togores
CE Seara do Amor
Santos - SP
 
"Amai-vos uns aos outros como eu vos ameis". Jesus

22 outubro 2010

ARTE NO MUNDO ESPIRITUAL

"No além, é com o seu concurso [da Arte] que se reformam os sentimentos mais impiedosos, predispondo as entidades infelizes às experiências expiatórias e purificadoras" (Emmanuel, por Chico Xavier, em O Consolador)

17 outubro 2010

Já começou!!! Estamos na Semana Nacional de Arte Espírita

Palavras do Presidente da ABRARTE


Estimados irmãos.
 
Desejamos a todos os companheiros que estarão envolvidos ao longo desta semana com apresentações, exposições, estudos e seminários, muita luz e proteção espiritual, para que todos os eventos relativos à Semana Nacional de Arte Espírita sejam coroados de êxito.
 
Finalmente, conseguimos concretizar esse grande ideal de Leopoldo Machado, que nos foi trazido por nosso querido Gláucio, lá em Vitória, em 2008. Ainda trazemos na memória o entusiasmo, a convicção e a alegria com que nosso mesquitense defendeu a proposta, naquele dia memorável. Que possamos resgatar aqueles momentos tão sublimes e levantar bem alto esta bandeira da Arte Espírita, uma Arte realmente Nova, que vem falar de Vida, de Espiritualidade, de valores verdadeiramente éticos e Cristãos. Que os bons Espíritos continuem nos incentivando, nos iluminando e nos auxiliando nessa empreeitada! Contamos com vocês, queridos amigos espirituais, e dedicamos esse grande evento a todos vocês, desbravadores da Arte Espírita!
 
Companheiros, com emoção relembramos tantos momentos extraordinários que passamos juntos. Que possamos resgatar todos os sentimentos vividos durante os vários fóruns, ao longo desse tempo.
 
Aos nossos irmãos mais próximos, do Paraná, que participaram do nosso singelo 1° Fórum, em Florianópolis, acreditando na proposta que acabou dando a arrancada para todo esse movimento. Posteriormente, os guerreiros de São Paulo e Minas que se juntaram a nós em Curitiba, no 2° Fórum.  Aos goianos, baianos e capixabas que se agregaram em Araras. E daí pra frente, cariocas, piauienses, tocantinenses, cearenses, potiguares, pernambucanos, sergipanos, brasilienses, amazonenses, paraibanos e matogrossenses vieram trazer suas energias. Não podemos esquecer ainda dos companheiros do Pará, Rio Grande do Sul e Roraima que, apesar de não poderem estar presencialmente nos fóruns, também são membros de nossa família através dessa lista. E irmãos de outras terras ainda não conquistadas mas que, quiçá, em breve estarão conosco.
 
Que aquela singela e sublime estrela cadente que sobrevoou a FEEB na noite extraordinária em que foi fundada a Abrarte, qual a estrela que guiou os magos reis à manjedoura do Nazareno, possa brilhar forte em nossas mentes e corações. Vamos iluminar o Brasil com a mensagem sublime e verdadeira do Espiritismo.
 
Um grande beijo a todos, com carinho e muitas saudades!
Rogério
NEA/Abrarte/Florianópolis
 
PS: Amigos, não esqueçam de registrar (fotografia e/ou vídeo) todas as atividades da Semana da Arte, em suas cidades e depois encaminharem para nós, para montarmos um grande arquivo para os anais da história do movimento artístico espírita brasileiro!

13 outubro 2010

ARTE

ARTE, ESPÍRITA. ARTE!

Limitado seria eu, se te inserisse apenas na arte com temática espírita, ou na arte ditada pelos espíritos "desencarnados", na arte da nova era, na ferramenta de divulgação da doutrina, ou naquela que é poderosíssima para educar. Limitado seria ainda meu raciocínio se tentasse te enquadrar limitando-te a estilos, modas ou períodos.
Na educação seria onde grande aproveitamento terias, mas é algo além disso.
Arte espírita é a arte do amor. Do saber doar, do saber amar.
É esta arte que vai te modificar interiormente, pois se queres expressar o belo com dignidade e verdade, tens que ser belo interiormente, dignamente e verdadeiramente.
Esta arte projeta-se para apenas uma pessoa do público: Jesus.
Recebe como pagamento apenas uma moeda: evolução do ser. Inicia-se quando tu foste criado e tem como ato final, chegar ao Pai.
Teatro Espírita é aquele realizado por um grupo que sabe que o único diretor é Jesus, seu elenco somos nós e suas diretrizes estão no Evangelho.
Música Espírita é aquela em que a harmonia está compassada com o pulsar do coração de Jesus.
Poesia Espírita banha-se em rimas ditadas pelo amor do Cristo.
Pintura Espírita forja-se nos alicerces multicolores da existência do Mestre.
Não procuramos formas, mas a forma exata de expressar nossos sentimentos.
Serás bela quando meus sentimentos forem belos. Serás simples quanto mais simples e humilde buscares tua evolução.
Retratarás em quadros belos, tua transformação interior, soarás em canções sublimes quando o amor ecoar em teu coração, falarás em prosa quando em teu peito rimarem as palavras de Jesus, e representarás tua realidade quando encontrar-te em evolução constante no palco que levar ao Pai.
Fazer arte espírita afasta a platéia dos interessados e atrai a dos que te ama e te compreende. Vê no sorriso de uma criança o reconhecimento, e não nos elogios frígidos. Carrega no peito a arte do amor, a arte da evolução.
Compreender o estágio em que te encontras e planejar vôo a esferas maiores será o tema da tua arte interior.
Serás artista da luz quando clareares o porvir do teu irmão.
Serás artista do amor, quando amares plenamente a toda humanidade.
Serás artista em plenitude quando conheceres a ti mesmo, explorares tuas potencialidades e direcioná-las no caminho da tua renovação.
Inspiração não vem só dos que teus olhos vêem. Vem do íntimo de cada ser. Expressar o que tu és.
Podes mascarar nas noites de teatro, mas ao deitares, todos conhecerão tua arte. Se foi nobre ou digna, não será a platéia que te assistiu que saberá dizer, mas serás tu em conversa com o Criador que poderás avaliar.
Busca-te. Interioriza-te. Conhece-te. Ama-te. Busque o próximo.
Interage com o próximo. Conheça o próximo. Ame o próximo. Evoluam juntos.
Arte, se és ferramenta, abre meu peito como um machado, explora meus sentimentos como um buril, corrige meus erros como uma lima, corrige áreas pontiagudas, articula-me melhor como uma graxa faz com os rolamentos, prega em meu peito conceito firmes com o martelo do conhecimento, tira de dentro de mim as formas negativas como uma serra separa o útil do inútil. Concerta meu querer com as chaves da transformação.
Arte, se és ferramenta, sou tua peça. Dá nova forma a meu ser.
Sirvo-te, serve-me. Transformar-me-ei.
Evangelização de Espíritos
Núcleo Santos

08 outubro 2010

Arte e Espiritismo



(...) As Artes não sairão de seu torpor senão por uma reação para as idéias espiritualistas. (...).

(...) É matematicamente exato dizer que, sem crença, as artes não têm, vitalidade possível, e que toda
transformação filosófica conduz necessariamente, a uma transformação artística paralela. (...). 

(...) Como a arte cristã sucedeu a pagã, transformando-a, a arte espírita será o complemento da transformação da arte
cristã”. (...).

 (...) Sim, certamente, o Espiritismo abre à arte um campo novo, imenso e ainda inexplorado; e
quando o artista reproduzir o mundo espírita com convicção, haurirá nessa fonte as mais sublimes
inspirações, e o seu nome viverá nos séculos futuros, porque às preocupações materiais e efêmeras da vida
presente, substituíra o estudo da vida futura e eterna da alma. (...)
Allan Kardec / Obras Póstumas, “Sobre as Artes em Geral; sua Regeneração pelo
Espiritismo”.


(...) Logo também vereis as artes nele haurir como uma mina fecunda, e traduzir seus pensamentos e
os horizontes que descobrem pela pintura, pela música, pela poesia e pela literatura. Foi-vos dito que
haveria um dia uma arte espírita, como houve a arte pagã e a arte cristã, e é uma grande verdade, porque os
maiores gênios nele se inspirarão. Logo vereis os seus primeiros esboços, e mais tarde tomará o lugar que
deve ter. (...).
Allan Kardec / Obras Póstumas, Regeneração da Humanidade, 30º parágrafo.

(...) A Arte é uma das formas da beleza, e, como o pensamento, ela deve ser seu veículo, pois a
beleza encerra em si mesma os princípios da bondade, da grandeza e da justiça. (...).
O Esteta / O Espiritismo na Arte.

“Nos postulados Espíritas encontraremos a essência das leis naturais e os ensinamentos vivenciados
por Jesus, deixados para a humanidade. Nos cabe agora, perceber a diferença entre o belo e o vulgar, o
mundano e o Divino a luz e a escuridão. Trazemos muitas experiências em nossa bagagem de espíritos
imortais, mas devemos refletir sobre o quanto necessitamos estudar e praticar a Doutrina. Em outras
palavras, as nossas experiências, com raras exceções, são do mundo”. O amor ao belo, ao Divino, a busca
do reino dos céus é motivo recente em nossa trajetória espiritual através das reencarnações. Então, como
será a arte que fazemos? Impregnada das coisas do mundo físico e inferior ou das coisas de Deus? Por isso,
só temos uma forma de conduzirmos nossas atividades: estudar a Doutrina e seus apontamentos, livros,
pareceres e citações sobre a Arte e sua importância e impregnar, transbordar, a Arte de Doutrina Espírita.
Eis a nossa tarefa, e esse é o sentido maior que desejo difundir, por onde Deus permitir que estas palavras
cheguem.
É nossa ocupação que a Doutrina esteja em essência em cada parágrafo, e que cada palavra aqui
transcrita sirva de estímulo, à pesquisa desta consoladora Doutrina que irá encher de luzes a Arte que tanto
amo a arte que é o médium da beleza e que me faz sentir mais próximo do Criador.

Que é arte?
“A arte pura é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais
profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação desse, “mais além” que polariza as esperanças da
alma. O artista verdadeiro é sempre o “médium” das belezas eternas, e o seu trabalho, em todos os tempos
foi tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o infinito e abrindo, em
todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus, nas suas manifestações supremas da beleza, de
sabedoria, de paz e de amor”.
Emmanuel / O Consolador, perg. 161.

(...) A arte é uma permanente mensagem do Céu para a Terra, e todos aqueles que a entendem em
nosso mundo através da música, da cor e do verbo, são missionários da Vida Superior. (...).
Emmanuel.

(...) A arte deve ser o Belo criando o Bom. (...).

(...) O trabalho artístico que trai a natureza nega a si próprio. (...).

(...) A arte enobrecida estende o poder do amor. (...).
André Luiz / Conduta Espírita.

(...) A beleza é um dos atributos divinos.

A arte é a busca, o estudo, a manifestação dessa beleza eterna, da qual aqui na Terra não percebemos
senão um reflexo. O espiritismo vem abrir para a arte novas perspectivas, horizontes sem limites.
A comunicação que ele estabelece entre os mundos visível e invisível, as informações fornecidas
sobre as condições de vida no Além, a revolução que ele nos traz das leis superiores de harmonia e beleza
que regem o universo, vem oferecer a nossos pensadores, a nossos artistas, inesgotáveis temas de inspiração.
Quando refletimos a respeito de tudo que o espiritismo traz à humanidade, quando meditamos no
tesouro de consolação e esperança, na mina inesgotável de arte e beleza que ele vem nos oferecer, sentimonos
cheios de piedade pelos homens ignorantes e pérfidos cujas malévolas críticas não tem outra finalidade
senão tirar o crédito, ridicularizar e até mesmo sufocar a idéia nascente cujos benefícios já são tão sensíveis.
Evidentemente essa idéia, em sua aplicação, necessita de exame, de um controle rigoroso, mas a
beleza que dela se desprende revela-se deslumbrante a todo pesquisador imparcial, a todo observador atento.

O materialismo com sua insensibilidade havia esterilizado a arte. Esta arrastava-se na estreiteza do
realismo sem poder elevar-se ao máximo da beleza ideal. O espiritismo vem dar-lhe novo curso, um
impulso mais vivo em direção às alturas, onde ela encontra a fonte fecunda das inspirações e a sublimidade
do gênio.

O objetivo essencial da arte, já dissemos, é a busca e a realização da beleza; é, ao mesmo tempo, a
busca de Deus, uma vez que Deus é a fonte primeira e a realização perfeita da beleza física e moral. Quanto
mais a inteligência se purifica, se aperfeiçoa e se eleva, mais se impregna da idéia do belo.
A alma prepara-se primeiramente através das tarefas humildes, obscuras, apagadas; em seguida,
pouco a pouco, em novas etapas, o espírito adquire a dignidade de artista, e tornar-se-á capaz de realizar a
lei suprema da beleza ideal. (...).
Léon Denis / O Espiritismo na Arte.

“A tarefa da Arte é simplesmente desenvolver no homem o desejo de compreender e sentir o belo. A
beleza e o bem estão inteiramente ligados. Deus é infinitamente bom e um ser que é assim só pode trazer em
si a mais pura e profunda beleza. A Arte nos sensibiliza nos emociona, nos eleva, suaviza nossas dores e nos
permite criar, ou melhor, co-criar. Deus nos permite isto, co-criar através da Arte para melhor compreendêlo,
melhor assimilá-lo, melhor sentí-lo”.

“Através dos tempos, mesmo no início das civilizações em nosso planeta, o homem instintivamente
buscou registrar sua história, e a Arte teve provavelmente aí seu ponto de partida entre nós, basta
apreciarmos nos sítios arqueológicos as pinturas rupestres. Na idéia gravada no inconsciente ou
subconsciente de que existia um Deus para ser adorado o homem se pintou, cantou e dançou, e desde então,
desde os tempos primitivos a Arte esteve e está presente em nosso cotidiano. Da civilização mais culta até a
mais simples e ignorante, encontraremos Movimentos Artísticos traduzindo para os homens o belo e o
Divino, basta-nos nos deixar envolver pela Arte sublime e teremos a chance de sentir Deus e sua beleza
eterna se manifestará em nós”.