22 janeiro 2011

REFLETINDO SOBRE ALGUMAS DÚVIDAS SOBRE A ARTE NA CASA ESPÍRITA

A PRÁTICA DA ARTE ESPÍRITA NÃO É PERIGOSA, PARA O BOM NOME DA INSTITUIÇÃO?




A atividade artística, quando bem organizada, é instrumento de qualidade para a divulgação do “bom nome” da casa espírita e como divulgador dos princípios doutrinários do Espiritismo.

Ter receio da arte é recear mergulhar no sentimento e prender-se a atavismos de épocas passadas.

A prática artística pode ser instrumento de diálogo da instituição espírita com a comunidade que vive à sua volta, no bairro ou município em que está inserida.



ARTE É COISA PRA JOVEM?



Não.

Arte é coisa para o espírito.

Comumente é entre os jovens que se encontra mais entusiasmo para ela, mas muito se deve à condução da instituição no planejamento da atividade.

A atividade artística é a que melhor pode utilizar as diferenças como fator positivo.

Uma instituição que inicia uma atividade artística, seja grupo de teatro, coral, dança, oficina de desenho ou outros, não deve limitar essa ou aquela participação à idade dos integrantes, respeitadas as ponderações didáticas inseridas no contexto.

Um grupo de música que surge na atividade de evangelização infantil deve ser composto pelas crianças da faixa etária indicada, mas sempre que possível, deve planejar atividades artísticas duradouras que abracem membros de diferentes faixas etárias.

Os benefícios que a prática artística gera atingem a todos que a ela se entregam, independente de idade, e isso, deve ser reconhecido pela instituição, de modo a possibilitar a participação de todos.



QUAL A IMPORTÂNCIA DO DIRIGENTE NA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE DE ARTE NA CASA ESPÍRITA?



O dirigente espírita é importante para toda a instituição.

Deve estar atento a atualização de conhecimento, buscando sempre o melhor para a casa.

Costumeiramente na instituição espírita aproximam-se para a atividade artística, freqüentadores e simpatizantes, que estão iniciando os estudos espíritas e que desconhecem os mecanismos da casa e do movimento espírita. O dirigente, como indivíduo detentor de maior experiência, pode ser importante instrumento de auxílio e estímulo a essa busca individual, devendo estar presente como orientador e estimulador da atividade.

O dirigente não deve se colocar como dono da verdade e “tomador de decisões”, muito menos como censor de textos e letras de músicas. Deve se posicionar como orientador, auxiliando no desenvolvimento da atividade, em benefício dos membros e da instituição.

O diálogo é ferramenta de trabalho na casa espírita.

O dirigente, independente de idade e tempo de estudo da doutrina espírita, deve buscar participar das atividades de reciclagem que tenha oportunidade, conhecer os princípios da prática artística e participar ativamente das avaliações e reuniões de planejamento da instituição.



COMO MANTER O ASPECTO DOUTRINÁRIO?



A vinculação do produto artístico com o conteúdo doutrinário deve ser buscada sempre, sem necessariamente consistir prejuízo aos aspectos artísticos.

A casa espírita deve oferecer aos seus participantes o diferencial para a vida que o Espiritismo oferece à sociedade.

A atividade artística deve seguir o mesmo caminho, sem perder a sua vinculação com a beleza e a sensibilidade.

Manter permanentes leituras e debates sobre temas ligados aos princípios básicos do Espiritismo, colaborar na inserção do trabalhador nas demais atividades da casa, estimular o estudo continuado, são ações que colaboram no fortalecimento do compromisso doutrinário do grupo de artes.



TUDO É PERMITIDO NAS APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS?



Sim. Tudo é permitido.

Tudo é permitido, mas nem tudo nos convêm.

A identificação do que é consentido na casa espírita com a liberdade que lhe é peculiar, considerando a gama de possibilidades que lhe são asseguradas, no entanto, deve estar em consonância com os princípios básicos da Doutrina Espírita e, principalmente, ter Jesus como modelo. Com essa receita não há risco de fazer um trabalho que não convenha a proposta espírita.



“625 – Qual é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?

- Jesus. Jesus é para o homem o exemplo da perfeição moral a que pode pretender a humanidade na Terra. Deus nos oferece Jesus como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque era o próprio Espírito Divino e foi o ser mais puro que apareceu na Terra. Se alguns daqueles que pretenderam instruir o homem na lei de Deus algumas vezes o desviaram, ensinando-lhes falsos princípios, foi por se deixarem dominar por sentimentos muito materiais e por ter confundido as leis que regem as condições da vida da alma com as do corpo. Muitos anunciaram como leis divinas o que eram apenas leis humanas criadas para servir às paixões e dominar os homens.” ( O Livro dos Espíritos)

FONTE: CAMPANHA ARTE NA CASA ESPÍRITA, FEEB, 2008.

18 janeiro 2011

Arte na Casa Espírita

A CASA ESPÍRITA PRECISA DE ARTE?

Se sua resposta é: NÃO! Você tem duas opções: continuar lendo ou fechar essa página e ir embora.
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A Instituição espírita, como núcleo de prática e divulgação doutrinária, necessita ter atividades que alcancem metas e objetivos de sua existência. As atividades de teatro, música, dança e artes plásticas, podem contribuir com a missão da Casa Espírita de promover a formação do homem de bem.
A expressão artística permite a percepção do Espiritismo pelos canais da intuição, dos sentimentos, da emoção e da vibração.
A prática artística na casa espírita deve ser um espaço para que o indivíduo desenvolva seu potencial criador e transformador, cultivando a desinibição, a criatividade e a interação com o próximo. O indivíduo estabelece assim uma ação comunicativa e mobilizadora, alimentando hábitos de sucesso para si e sua instituição.
O trabalho de arte valoriza o indivíduo como entidade peculiar, o que serve de estímulo ao crescimento espiritual. O indivíduo que cresce estimulado integralmente, estabelece novas formas de convívio em grupo, deixando de lado o modelo autocrático.
O desejo de inovação é inato no trabalho de artes, o que possibilita novas oportunidades de atuação do trabalhador espírita, qualificando a sua ação produtiva na instituição.
A arte se apresenta na sociedade como meio de comunicação potente e ágil, tornando-se fundamental na ampliação da divulgação do conhecimento espírita.
Baseando-se nestes tópicos, podemos afirmar que o trabalho de arte, dentro da casa espírita, não deve ser um instrumento complementar, mas um processo fundamental de divulgação doutrinária e crescimento sócio-educativo do indivíduo, numa atitude saudável e integral, ou seja, o trabalho de arte não de ser relegado a segundo plano na estrutura organizacional da instituição, mas devidamente valorizado como poderoso instrumento de formação do homem de bem.
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A PRÁTICA DA ARTE PODE TRAZER À INSTITUIÇÃO:

Quando planejada, orientada e em constante processo de avaliação, a existência de atividade artística na instituição pode contribuir para:

  • Integração entre os departamentos e setores da casa;
  • Enriquecimento do ambiente doutrinário;
  • Dinamismo das atividades de estudo;
  • Geração de boas energias para as atividades espirituais;
  • Fortalecimento dos laços de amizade e fraternidade entre os trabalhadores;
  • Estudo do espiritismo por parte dos integrantes do trabalho artístico

ARTE NA CASA ESPÍRITA?

            Allan Kardec foi o responsável pela codificação do Espiritismo trazendo, para todos, no século XIX, a oportunidade de ter em mãos conteúdos sistematizados de uma nova religião, que trouxe um caminho desafiador para nossa evolução.
            Em cinco livros – O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, Céu e Inferno e A Gênese, ele traçou as bases fundamentais da Doutrina renovadora que devemos praticar dentro e fora das casas espíritas. São informações que respondem às nossas principais dúvidas existenciais e nos fornecem as diretrizes mais acertadas para realizarmos uma ação coerente e qualificada.
            O trabalho de arte implementado dentro das instituições espíritas tem como dever maior, assim como todas as outras atividades, seguir os ensinamentos básicos de Kardec e transportá-los para a experiência cotidiana.
            Os conteúdos trabalhados não podem se desvirtuar daquilo que foi explicitado pelo Pentateuco esclarecedor, devendo-se, em cada produção artística, ter o maior cuidado em investigar as coerências doutrinárias que são expostas. Não é censura elo arcaísmo fútil das “falsas regras impostas pela doutrina”, que nascem de uma crença cega e uma ignorância inútil. É simplesmente respeito e compromisso com os princípios espíritas que abraçamos.
            A expressão artística possui uma liberdade estética que a coloca numa vastidão de possibilidades para trabalhar determinado tema, mas este deve seguir os princípios espíritas.
            Existe em nossos costumes tradicionais uma necessidade de tornar a arte uma forma obrigatória de “catequizar” o outro, mostrando verdades que devem ser aceitas sem questionar. A arte vai além disto, ultrapassa qualquer forma de enrijecimento doutrinário e expõe uma mensagem por vias mais envolventes, deixando aberta ao público uma diversidade de interpretações, facilitando assim, com que cada um veja e sinta aquilo que necessita para o seu aprendizado.
            Utilizar a arte como “catequese espírita” é restringi-la, diminuindo suas possibilidades.


“A arte pura é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas.”
                                                                    (Emmanuel – O Consolador)

“O artista verdadeiro é sempre o médium das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano.”
                                                                   (Emmanuel – O Consolador)

“Existe hoje grande número de talentos com a preocupação excessiva da originalidade, dando curso às expressões mais extravagantes de primitivismo, esses são os cortejadores irrequietos da glória mundana (...) passarão como zangões da sagrada colméia da beleza divina, que, em vez de espiritualizarem a natureza, buscam deprimi-la com as suas concepções extravagantes e doentias.”  
                                                                                 (Emmanuel – O Consolador)



 FONTE: Campanha - Arte na Casa Espírita - FEEB 2008