27 fevereiro 2009

Reflexões sobre o papel da arte na evangelização de espíritos

A aplicação da arte no desenvolvimento do ser humano vem desde o momento em que este é gerado.
Não é mais o momento de entendermos a arte apenas como fator de diversão e lazer. Muitos até já chegaram na concepção de arte como ferramenta de divulgação. Mas agora é hora de colocar a arte no seu verdadeiro posto: "A arte é um dos melhores veículos em que o espírito pode se apoiar para sua transformação". Ela não é mais uma ferramenta de divulgação, mas sim uma ferramenta que irá nos auxiliar em muito para o nosso desabrochar e nosso auto-conhecimento, trazendo a tona todos os sentimentos doentios que nosso espírito milenar carrega.
É hora de despertar, é hora de evoluir.
Na nossa caminhada para a perfeição tivemos a graça, de em jornada passada, receber o Cristo em nossa morada. Foi o primeiro convite para o despertar. Os tempos passaram e o Consolador Prometido alçou vôo ligeiro e eficaz, dando-nos a base de tudo: Kardec. Desta feita recebemos novo convite: Modificar.
Nos dias de hoje temos mais uma oportunidade de despertar, a Evangelização de Espíritos - A Pedagogia do Amor de Eurípedes Barsanulfo - que não traz nenhuma "novidade", ou algum conceito novo. Ela apenas nos convida a realmente conhecer e entender Kardec, e mais, nos dá alicerce para mergulharmos em André Luiz, Leon Denis e muitos outros.
A Evangelização de Espíritos nos depara frente a frente conosco mesmo. As frases são marcantes: "Sou espírito e tenho que viver como tal". "Evangelizar é um ato de amor". "Se sou um evangelizador, tenho que me evangelizar primeiro".
Igualmente a história da humanidade, a arte progrediu durante esse anos, ampliando o conhecimento dos artistas nas várias formas de externar seu pensamento. Hoje temos um movimento artístico de grande diversificação e de elevado teor conceitual.
Entendemos a arte como alicerce da doutrina espírita ao lado da trindade filosofia, religião e ciência. Já é uma realidade conceber a arte como fator preponderante para a doutrina dos espíritos e sua aplicação. Basta olharmos para dentro da codificação.
A arte dentro da evangelização tem agora conotação de veículo propulsor para a educação do espírito. Devemos fazer uso dela para trabalhar e modificar nossos sentimentos. É o momento do evangelizador de espíritos estar sintonizado com a aplicabilidade da arte.
Tudo isso faz por ruir as apresentações de final de ano onde as crianças decoram falas mecânicas e as repetem simultaneamente, sem que haja a passagem de alguma informação para sua memória emotiva. Festas ou comemorações, onde o belo é amplamente almejado e buscado, sem antes concebermos o simples, não tem mais sentido.
Perdemos o tempo enchendo o evangelizando de informações que não irão despertá-lo para a realidade.
A verdade a ser tratada é: "Você é um espírito". Agora para o evangelizador operar esta modificação no seu dia-a-dia, ele deverá primeiro se reconhecer como espírita, deixando de lado o seu famoso "conhecimento espírita", aprofundando-se no estudo da doutrina e no seu auto-conhecimento para alicerçar sua renovação.
Não é hora de aplicarmos oficinas de arte com conceitos espíritas para os que nos procuram. Temos a obrigação de gerar uma oficina voltada para o espírito, de forma que ele saia melhor do que quando entrou.
Desta forma, toda apresentação artística concebida tem de cara o seu objetivo: Auxiliar e libertar quem a concebeu. O que eu gerar através da arte deverá ser forte e enaltecedor para que primeiramente faça em mim uma modificação positiva, para então posteriormente ter a capacidade de atingir o público. A verdade deverá bater forte em meu peito para que eu tenha forças suficientes para externá-la de maneira eloquente e confiável. Desta feita, desabam as famosas "apresentações artísticas" e começamos a entender as "doações artísticas" e as "modificações em mim" (pela arte).
Um artista devidamente "evangelizado" no palco, terá força indescritível para atingir os espíritos presentes na platéia (encarnada ou não).
Tudo isso vai depender obviamente de nosso entendimento da doutrina espírita. Temos que definitivamente largar conceitos antigos e ultrapassados que não fazem parte da doutrina espírita. Devemos deixar para traz o carma, o castigo, o merecimento e a dívida, que não nos explicam absolutamente nada; e encarar a "necessidade" como a mola propulsora de todas as situações as quais nos deparamos quando encarnados.
É hora de esquecer a mediunidade como um fenômeno e entendê-la como ferramenta evolutiva. Devemos fazer uso dela para nosso aprimoramento e evolução. Sua aplicação no campo da caridade e da doação é maravilhosa.
Cabe a nós também, entrar no princípio da arte como ferramenta de expressão individual ou em grupo, para no seio desta, reconhecer a simplicidade como alavanca única da arte. Vamos entender simplicidade como pureza. Procurar o simples, gerar o simples, é criar o puro, gerar o puro.
Não nos cabe apenas buscar a beleza plástica, a eloquencia estética ou a elevação material / visual. Creiam, o simples por si só já é belo. A beleza é intrínseca a simplicidade.
No encontro da arte com o espiritismo temos um dínamo gerando luz ininterruptamente. Eles se completam, e sua fusão traz a tona a Criação Divina. Tudo é Arte no Universo. Deus é o Artista das nossas Almas. O conhecimento espírita dá bases seguras para o alavancar das artes neste novo milênio.
O convite atual é este: Estudar e se aprofundar. O que geramos necessariamente não precisa ser "mediúnico", mas se for feito com amor, seguramente terá uma "parceria" inigualável.
Quem trabalha na Seara de Jesus deve se utilizar da arte para o conhecimento e evolução, jamais como fator de reconhecimento.
É o momento de gerarmos textos, letras, danças, poesias, telas que versem sobre a responsabilidade de "Ser Espírito". Esquecer de vez os temas já maltratados sobre "os dois planos, reuniões mediúnicas, amores, ódios, obsessões"; vamos dar o enfoque da "evolução, quadros mentais, sintonias, vibrações, vontade, memória emotiva, campo mental". Temos que parar de tratar de "reencarnes" pura e simplesmente, explicando o que é "Planejamento Reencarnatório" e "Ambientação Reencarnatória". Temos que tirar a roupagem espírita que damos aos assuntos cotidianos, e aplicar o espiritismo e as leis da natureza divina em nossos assuntos do cotidiano.
Deixemos de lado por alguns instantes os romances e os contos, e vamos nos aprofundar no estudo de Allan Kardec, André Luiz e Leon Denis. Só desta forma teremos condições seguras de estarmos usando a arte como ferramenta evolutiva, compreendendo sua função na Evangelização de Espíritos.
Busquemos a Arte Espírita. Os conceitos passam, as temáticas passam, as estéticas passam, mas o espírito não, este veio para ficar.

Evangelização de Espíritos
Núcleo Santos

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