27 fevereiro 2009

Dança na Educação do Espírito

(Trechos do Livro: Introdução ao Estudo da Pedagogia Espírita – Teoria e Prática – Walter Oliveira Alves – IDE Editora)

“Dançando, o homem transcende o ser físico, adentrando na harmonia com o ser espiritual que há em si mesmo e exterioriza esse ser espiritual em vibrações harmônicas nos movimentos de seu corpo.”

Embora menos comum no meio espírita, a dança vem ganhando cada vez mais espaço e demonstrando sua capacidade de sensibilizar.
A dança, embalada ao ritmo suave de melodias sensibilizadoras pode provocar emoções dantes nunca sentidas.
O espírito Camilo, em Memórias de um Suicida, narra um espetáculo cuja beleza “atingia o indescritível, quando, deslizando graciosamente pelo relvado florido, pairando no ar quais libélulas multicores, os formosos conjuntos evolucionavam...” O empolgante espetáculo era acompanhado de “orquestrações maviosas onde os sons mais delicados, os acordes flébeis de poderosos conjuntos de harpas e violinos (...) arrancavam de nossos olhos deslumbrados, de nossos corações enternecidos, haustos de emoções generosas que vinham para tonificar nossos espíritos, alimentando nossas tendências para melhor (...)”. Os espíritos, suicidas, cientes de sua condição e dos sofrimentos e desafios que os aguardavam, sentiam-se fortalecidos em sua vontade de crescer e se elevar.

A arte trabalhava com a energia volitiva, levando-os a querer evoluir, a querer melhorar-se.
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Quando nosso grupo de dança* foi formado as diversas turmas de evangelização estavam trabalhando a primeira parte de O Livro dos Espíritos, o tema Criação. Foi proposto ao grupo uma coreografia que desse a idéia de Evolução, idéia que, de início, pareceu arrojada demais.
No entanto, grupo se empenhou no trabalho, escolhendo as músicas com cuidado que, em poucas semanas, tínhamos uma coreografia representando toda a evolução, desde os seres unicelulares até o homem. A emoção foi intensa, e todos perceberam as possibilidades quase infinitas da dança**.
O grupo de dança, que recebeu o nome de Evolução, foi, durante muitos anos, o mais profícuo em criatividade e dinamismo***.

* Referência ao “Grupo Espírita de Dança Evolução”, criado em Dezembro de 1995 no Instituto de Difusão Espírita.

** Importante citar, que na formação do grupo, nenhum dos integrantes nunca havia feito uma aula técnica de dança, apenas uma jovem, que a partir de então assumiu a coordenação do grupo.

***O Grupo Espírita de Dança Evolução chegou a ter mais de cem integrantes, entre crianças, jovens, adultos e idosos e, ainda hoje, continua desenvolvendo o mesmo trabalho, agora também com deficientes físicos.


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Acreditamos ser indispensável, para iniciar o trabalho, alguém com curso de dança e que, acima de tudo, realize a tarefa com muito amor. Todavia, temos a certeza que os trabalhadores sinceros estão por toda parte.
As possibilidades de criação poderão variar ao infinito.
Talvez o mais importante, seja manter no grupo o espírito de união e cooperação. E o cimento que dá coesão a toda obra desse porte é o amor.
A técnica é necessária, mas o amor ao trabalho bem feito, o amor à arte é indispensável.


“Assim como a música trabalha com os movimentos interiores da alma, a dança exterioriza os movimentos do seu mundo interior. Dançando, o homem transcende o ser físico, adentrando na harmonia com o ser espiritual que há em si mesmo e exterioriza esse ser espiritual em vibrações harmônicas nos movimentos de seu corpo.A emoção vibra em seu coração e se exterioriza nos movimentos harmônicos do corpo, que representam os movimentos interiores da alma. O artista abre espaço o próprio espaço para a sua vibração, que se expande além do visual e atinge o expectador que pode captar, não só pelos olhos e pelos ouvidos, mas entrando em sintonia com essa vibração.” ( Educação do Espírito. Walter Oliveira Alves. IDE Editora – Cap. 8 – item 6)

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